A resposta mais simples é: claro que não! Mas eu vou te explicar com exemplos.
Você pode até já gostar do jeito que você se veste, mas seu armário com certeza tem peças que você não usa e nem percebe. Com certeza tem alguns itens que estão lá por valor sentimental, que você ama, mas não se deu conta que estão parados há mais de um ano pois, apesar de representar algo especial na sua vida, não refletem mais quem você é.
Além disso, temos um olhar viciado: ao entrar no shopping, já vamos direto pra arara com as peças que nosso cérebro já conhece e mal avistamos algo diferente, pois nosso inconsciente muitas vezes descarta o que não é nosso lugar comum sem a gente nem saber.
Ter esse olhar externo é sempre útil, e se não fosse assim, não teriam tantas consultoras de moda passando por esse processo com outras colegas de profissão. Vou te mostrar o caso da Thais, consultora de imagem que fez uma consultoria completa comigo:
A Thais claramente já se vestia super bem e entendia o seu estilo, porém passou por mudanças no seu momento na carreira que a fizeram procurar uma imagem diferente da que vinha usando. Mantendo, claro, a sua essência, mas transmitindo uma nova mensagem.
A Tha é uma pessoa muito romântica, gosta de cuidar de todos a sua volta e, antigamente, isso se refletia no seu estilo em muitas estampas fofinhas, e ela tinha muitos vestidos como esses aqui.
Porém esses vestidos passavam uma feminilidade mais "menina" e ela está num momento muito mais mulherão, empreendedora. Seus vestidos amados não saíam mais do armário, pois não faziam ela se sentir tudo isso...
Não tem nada de errado com esses vestidos, entende? Eles só não gritam mulher-independente-empreendedora.
E ainda assim, tendo total consciência desse fato, a dificuldade de desapegar é muito grande.
Olha também outro exemplo: lembra que eu disse que a gente tende a comprar peças muito parecidas com o que já temos?
Olha essas duas blusinhas: duas regatas, uma branca com listra fina azul e outra branca com xadrez fino azul. Muda um pouco a alça, uma tem ainda uma estampa, o formato do decote é outro...mas no fim das contas, elas tem a mesma vibe. Entretanto, os tecidos são muito diferentes, com caimentos diferentes, níveis de interessância diferentes. Uma fica, ao vestir, claramente mais sofisticada que a outra. E a Tha procura sofisticação: por que manter as duas então? Não vale ficar com a que tem a mensagem que ela quer passar e desapegar da outra, abrindo espaço pra outras peças que trarão mais variedade ao armário?
E seguindo esse olhar, com uma ajudinha externa, fizemos a edição de armário e deu pra desapegar de muita coisa!
E nas compras?
Mostrei pra Tha muitas opções que ela não teria nem chegado perto, por puro costume ou crenças de que certas peças não lhe cairiam bem, como foi o caso deste vestido em malha verde, do vestido com recorte bege e desse conjunto com calça de alfaiataria, porém no modelo cargo. Todas que ela amou e levou pra compor o seu acervo.
E na hora de criar os lookinhos?
Bom, vou deixar aqui um carrossel com várias produções que montamos na etapa de montagem de looks, versatilizando o uso de peças que ela mais tinha dificuldade de usar no seu dia-a-dia.
Viu como a gente sempre tem o que refinar no nosso estilo? Não importa se você não entende ainda nada sobre o seu estilo, se é ligada ou desligada das tendências ou até se já trabalha com moda! Sabe aquela história que terapeuta tem que fazer terapia? Então, é bem por aí...
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